China diz que restrições dos EUA nos semicondutores são "coerção económica"

por Lusa
Os semicondutores são essenciais para o fabrico de nova tecnologia Ritchie B. Tongo - EPA

A China classificou como "um ato de coerção económica" as novas medidas anunciadas pelos Estados Unidos que restringem o comércio de tecnologia com entidades chinesas no setor dos semicondutores.

"Os Estados Unidos dizem uma coisa e fazem outra, ao banalizar constantemente o conceito de segurança nacional, abusar das medidas de controlo das exportações e praticar uma perseguição unilateral", lê-se na reação publicada no portal do ministério.

O Ministério do Comércio da China acusou ainda Washington de "alargar a jurisdição de longo alcance para interferir no comércio entre a China e países terceiros", o que classificou como uma "prática contra o mercado".

Como parte destas medidas, 140 empresas chinesas vão ser impedidas de adquirir certos "chips" e maquinaria nos Estados Unidos, sendo colocadas na "lista de entidades". As empresas norte-americanas passam assim a ter de solicitar licenças de exportação, que são quase impossíveis de obter, para vender produtos ou serviços às empresas incluídas naquela "lista negra".

Os semicondutores são essenciais para o funcionamento de sistemas de inteligência artificial e supercomputadores que podem ser utilizados em ciberataques, na conceção de novas armas e em sistemas de vigilância.

Este é o terceiro grande pacote de restrições anunciado pela administração de Joe Biden nos últimos três anos e, tal como os outros, destina-se a limitar o acesso da China aos semicondutores mais avançados do mundo, essenciais para o desenvolvimento de inteligência artificial militar e outras aplicações.

A secretária do Comércio norte-americana, Gina Raimondo, disse que as medidas são "os controlos mais rigorosos alguma vez implementados pelos Estados Unidos para degradar a capacidade da China de fabricar os `chips` mais avançados utilizados na modernização militar" do país.

A administração Biden tem insistido nos últimos anos que a segurança dos EUA pode ser posta em causa se a China conseguir produzir estes componentes extremamente avançados.

As novas regras restringem a exportação de 24 tipos de ferramentas de fabrico de semicondutores anteriormente não reguladas.

 

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